Policial Federal é acusado pelo PT de incitar o ódio com sua arma na cintura em convenção do PL
Fabio Luz
Cuiabá
PT aciona TRE para apurar conduta do policial Rafael Ranalli por discurso de ódio velado ao evidenciar revólver na cintura em convenção do PL no lançamento da candidatura de Abílio
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) foi provocado pelo PT Mato Grosso contra o pré-candidato a vereador por Cuiabá, o policial federal Rafael Ranalli (PL), por mostrar sua arma inoportunamente passando uma mensagem escusa e sutilmente, segundo à acusação, utilizar certas “palavras mágicas” para pedir votos extemporaneamente à legalidade das propagandas eleitorais que deverão ter início legal e regulamentar somente a partir do dia 16 de agosto.
Embora a ação tenha sido protocolada no dia 30 de julho, o juiz Ciro José de Andrade Arapiraca não apresentou julgamento do mérito e o corolário foi a extinção do protocolo no dia 2 de agosto. “Competência para conhecer, processar e julgar as representações que versem sobre propaganda eleitoral, nas eleições 2024, é originária dos juízes e juízas das Zonas Eleitorais”, declarou o Ciro ao apontar para ao equívoco do PT que inadequadamente protocolou uma ação junto ao TRE-MT em vez de ir primeiro aos magistrados das Zonas Eleitorais.
A motivação do PT para acusar o policial federal é que quando por um tempo assumira o cargo de deputado estadual, Ranalli teria fomentado aliados ao compartilhar vídeos com pré-candidatos de outros municípios e estados de sua legenda, prejudicando, assim, outros pré-candidatos concorrentes. O PT também pede esclarecimentos urgentes se a exibição de uma pistola na cintura do policial, em campanha, é permitida ou se gesto é encarado como manobra de uso inadequado e ostensivo.
Mas para o partido está claro que o símbolo da arma de fogo já é um mote antigo das propagandas e símbolos de alguns adeptos do bolsonarismo e que, para o PT, soa com incitação ao ódio e à violência por um lado, e, por outro, uma demonstração de adesão para aqueles que já conhecem a linguagem da ideologia, facultando, assim, um elemento propagandístico em convenção pró-Abílio, o que por ora seria também considerado extemporâneo.