Estudo mostra mudanças nos corpos de quatro turistas que viajaram ao espaço


Crédito: Divulgação/Inspiration4  - Foto: Crédito: Divulgação/Inspiration4 Imagem da equipe da Inspiration4
15/06/2024 às 09:43
Redação

Ciência

Durante uma viagem da SpaceX, empresa fabricante de foguetes do magnata Elon Musk, realizada em 2021, quatro pessoas consideradas como “civis” viajaram ao espaço na missão conhecida como Inspiration4. Os envolvidos orbitaram a Terra durante três dias em uma distância de 535 quilômetros acima do solo, altitude maior do que os astronautas permanecem na ISS (Estação Espacial Internacional).

Além da importância para a astronomia, a missão representou um grande passo para a medicina, já que 40 estudos que analisaram a saúde dos astronautas antes, durante e depois da viagem, foram divulgadas no SOMA (Ômica Espacial e Atlas Médico – em tradução), relatório publicado na Nature nesta terça-feira, 11. As informações são da Science.

Foram apresentados estudos de genomas, microbiomas e outras estruturas do corpo dos quatro participantes da Inspiration4. Durante as últimas seis décadas, a Nasa, agência espacial americana, divulgou uma série de pesquisas que estudam a saúde de astronautas. Algumas das descobertas de tais levantamentos foram o câncer a longo prazo devido à exposição à radiação espacial, atrofia muscular e perda óssea por conta da falta de gravidade.

Entretanto, conforme o geneticista Christopher Mason, da Weill Cornell Medicine, 30% a 40% das informações divulgadas pelo Soma são novas. “É o maior lançamento de dados biomédicos da Medicina”, pontuou o especialista.

Uma das conclusões apontou que os efeitos de saúde observados em astronautas que permanecem longos períodos no espaço foram vistos nos membros da Inspiration4, mesmo apesar de os quatro terem permanecido apenas alguns dias em órbita.

Outras análises sugerem um estresse no sistema imunológico dos participantes, que tiveram o material cromossômico de monócitos – tipo de glóbulo branco – alterado. Além disso, a sequência de RNA no sangue foi analisada e, posteriormente, cientistas descobriram que a viagem resultou em uma alteração na transcrição de genes do sistema imunológico, o que deixa o corpo mais vulnerável ao ataque de vírus.

O estudo também determinou um alongamento dos telômeros – estruturas que funcionam como uma “tampa” para que os cromossomos não desfiem – dos passageiros, o que é associado ao risco de câncer.

Além disso, o sistema imunológico das mulheres que participaram da missão voltou ao normal mais rapidamente do que o dos homens. As pacientes também tiveram a visão menos afetada pela falta de gravidade em comparação aos companheiros.

Fonte: Istoe/Planeta

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