Projeto une Arte e Educação com ações em todo Brasil
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Redação
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Iniciativa UFMT e MinC alcança ribeirinhos, indígenas e quilombolas.
AUniversidade Federal de Mato Grosso (UFMT) foi palco, na manhã desta quarta-feira (27), do lançamento do projeto Caminhos das Águas - Fortalecendo Fazeres e Saberes Artísticos e Culturais. A ação, em parceria com o Ministério da Cultura (MinC), aconteceu no Teatro Universitário, no Campus de Cuiabá, e contou com a presença de autoridades do Ministério, agentes e mobilizadores comunitários, artistas, arte/educadores e educomunicadores.
O pró-reitor de Cultura, Extensão e Vivência (Procev), maestro Fabrício Carvalho, destacou novamente que “Caminhos das Águas" vem ao encontro da missão da Universidade, pois une a Educação e Cultura na formação das pessoas. “Dentro disso temos as diminuições das desigualdades, a reflexão sobre questões do meio ambiente, como uma ação plural, assim como a UFMT”, disse.
O maestro complementou que o projeto perpassa tecnologias educacionais de ponta com o conhecimento dos mais sábios, indo dos quintais à internet. “E isso é muito significante para uma universidade estratégica, de dentro do Brasil, como é a UFMT. Termos sido escolhidos pelo Minc como a universidade-mãe desse projeto é motivo de muita honra, visto que a partir daqui o conhecimento irradia do Centro Geodésico da América do Sul para todo país”, ressaltou, citando o caráter da extensão, que tem essa capilaridade de chegar até as pessoas e trazê-las para o conhecimento científico dual, de ganha-ganha.
A diretora de Educação e Formação Artística do Ministério da Cultura, Naine Terena, contou que o projeto nasce em um contexto relevante no Brasil, referente aos ataques de violência nas escolas. “Nesse período compomos um grupo de trabalho junto ao Ministério da Educação [MEC] para realização de ação emergencial envolvendo artistas-educadores, pois acreditamos que arte contribui para vivermos em sociedade mais justa, digna e com respeito”, pontuou.
“Então, nós investimos fortemente na Arte e Educação, mas também nessa conexão com as instituições formais, com as escolas e com as universidades. Nós estamos acreditando que essa aproximação, de maneira muito sólida, é essencial, não só tendo a sociedade civil como público das universidades, mas também como fazedores deste lugar com esses conhecimentos”, destacou, complementando que são conhecimentos que complementam essa formação, numa relação dual e essencial.
Pelas águas matogrossenses
Maurício Virgulino, coordenador Educativo do projeto, falou sobre o momento reflexivo, proposto pelo Seminário, e as ações previstas. “ Esse Seminário é um encontro reflexivo, porque parte dos palestrantes e das palestrantes apresentaram, e nos permitiu o diálogo sobre essa relação da Arte, da Cultura, da Educação, para a promoção de políticas públicas de cultura e educação no Brasil”, ressaltou, falando ainda sobre a oportunidade de apresentação do projeto à comunidade para o engajamento nas proposições.
Quanto aos “Caminhos das Águas” pelos quais a ação acontece, o coordenador destacou inicialmente a formação. “Nesta formação, nós vamos estar em dez localidades no Brasil, três localidades no norte do Brasil, três no Nordeste, duas no Centro -Oeste, um no Sudeste e um no Sul, privilegiando as localidades mais distantes dos grandes centros. Esse é o grande objetivo, onde nós podemos chegar por meio dos rios, para que populações quilombolas, ribeirinhas, populações indígenas, populações das periferias do Brasil, tenham acesso a essa formação de qualidade, essa formação de pensar como promover a cultura na sua comunidade”, explicou.
Entre as convidadas para compartilhar no Seminário, estava a escritora Luciene Carvalho, primeira mulher negra a assumir a presidência de uma academia de letras no Brasil, que falou sobre o contexto da AML e atividades por todo o estado. “ A Academia é uma instituição longeva. Ela vai fazer 103 anos, é uma senhora, e é a responsável e guardiã da língua, do idioma e da cultura. Mas não é só estar no Mato Grosso, é ser o Mato Grosso”, disse.
“Estamos conectados a um fórum de academias estaduais legitimadas, com referência da Academia Brasileira de Letras. Então, essa é uma forma de conexão inédita para que o trabalho reverbere e Mato Grosso se encontre em caminhos de articulação. Hoje importa que o Mato Grosso seja referência, porque nós somos ricos em cultura, em arte, em história e talentos. Em todos os lugares que fortaleçam a dignidade humana, a arte, a cidadania, cabe uma representação da Academia”, destacou.
Um contínuo de diálogos e avanços
Pela segunda vez pelas “águas do Estado”, o jornalista e doutor em Ciências da Comunicação, Ismar de Oliveira Soares, recordou as contribuições já realizadas. “A primeira foi no início deste século, entre 2003 e 2006, em função de um projeto que abordou o conceito da Comunicação, que havia sido elaborado, sistematizado pelo Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo (USP). Esse retorno de toda aqui em Cuiabá, é momento de conversamos sobre os processos e os referenciais da comunicação no avanço das práticas de cultura no Brasil”, disse.
Ainda como convidados, estava Alicce Oliveira, que já atuou como professora conteudista na Trilha Formativa "Educação dos Sentidos para fazer sentido: arte nas escolas como estratégia de comunicação", uma parceria de ambas as instituições. “Neste Seminário ficamos incumbidos da parte artística, de criação da área literária, do segmento da literatura, na contação da história, na ação da história, e fazer essa junção com o trabalho da área da educação”, frisou, complementando que é egressa do curso de Pedagogia da UFMT, e que retorna ao palco da instituição desde a última, em 1994.
Da UFMT também estiveram presentes os pró-reitores e secretários da gestão. Gestores municipais e estaduais da pasta de Cultura também marcaram presença no evento. A iniciativa conta ainda com apoio da Fundação Uniselva e da Associação Brasileira de Pesquisadores e Profissionais em Educomunicação (ABPEducom). Mais informações sobre o Projeto “Caminhos das Águas” podem ser acessadas na página.
