Estado avalia uso do Mounjaro em programa contra obesidade e diabetes
Redação
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O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, revelou que o Governo de Mato Grosso estuda a criação de um programa específico para o enfrentamento da obesidade e da diabetes com a utilização do medicamento Mounjaro. A sinalização foi feita na sexta-feira (19), durante a inauguração do Hospital Central, obra concluída após mais de quatro décadas e que recebeu investimento de R$ 280 milhões do Executivo estadual.
Segundo o secretário, a proposta ainda está em fase inicial e só avançará caso seja estruturado um protocolo técnico rigoroso para a oferta do medicamento na rede pública. Ele ressaltou que a medida exige cautela e não pode ser tratada como ação de apelo popular, especialmente pelo alto custo do remédio.
Gilberto destacou que o Estado não pode anunciar uma distribuição ampla de um medicamento caro sem planejamento detalhado, já que isso implicaria um impacto financeiro significativo para os cofres públicos. Atualmente, o Mounjaro não integra a lista de medicamentos fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pois não foi incorporado às diretrizes do Ministério da Saúde.
Conhecido pelo nome técnico tirzepatida, o Mounjaro é um medicamento injetável indicado para o tratamento da diabetes tipo 2 e que ganhou notoriedade pelos efeitos expressivos na perda de peso. No mercado brasileiro, o produto é comercializado em quatro dosagens e pode custar até R$ 3,6 mil nas farmácias.
De acordo com o secretário, qualquer eventual implantação do programa dependerá de estudos aprofundados e da definição de critérios clínicos bem estabelecidos. Ele lembrou ainda que Mato Grosso enfrenta uma alta demanda por cirurgias bariátricas, com cerca de 1,5 mil pessoas obesas aguardando atendimento na fila do Estado, procedimento atualmente concentrado no Hospital Metropolitano.
A discussão, segundo Gilberto Figueiredo, faz parte de uma estratégia mais ampla para buscar alternativas eficazes e sustentáveis no tratamento da obesidade e da diabetes na rede estadual de saúde.