Apostas online geram prejuízo de R$ 38,8 bilhões ao Brasil, aponta estudo


02/12/2025 às 16:15
Redação

ALERTA

Um estudo inédito divulgado nesta terça-feira (2) revelou que as apostas online e os jogos de azar — popularizados pelas chamadas bets — custam ao Brasil R$ 38,8 bilhões por ano. O levantamento, intitulado A saúde dos brasileiros em jogo, calcula o impacto econômico e social da expansão desse mercado no país.

Segundo o estudo, realizado pelo Ieps, Umane e pela Frente Parlamentar Mista da Saúde Mental, as perdas incluem gastos com saúde, aumento da depressão, casos de suicídio, desemprego, afastamento do trabalho, criminalidade e perda de moradia. Do total estimado, 78,8% são custos relacionados à saúde, o equivalente a R$ 30,6 bilhões.

Entre os prejuízos projetados estão:

  • R$ 17 bilhões com mortes por suicídio;

  • R$ 10,4 bilhões por perda de qualidade de vida devido à depressão;

  • R$ 3 bilhões em tratamentos de saúde;

  • R$ 2,1 bilhões em seguro-desemprego;

  • R$ 4,7 bilhões com encarceramento;

  • R$ 1,3 bilhão com perda de moradia.

O estudo alerta que o setor de apostas online cresceu rapidamente no país, impulsionado pela tecnologia, pela exposição massiva na mídia e pela falta de políticas públicas estruturadas. Estima-se que o Brasil tenha 17,7 milhões de apostadores em apenas seis meses, sendo cerca de 12,8 milhões em situação de risco.

Apesar de movimentar grandes valores — R$ 240 bilhões só em 2024 — o retorno às políticas públicas é considerado baixo. A arrecadação federal prevista para 2025 é de R$ 12 bilhões, enquanto o custo social das apostas supera três vezes esse montante. Apenas 1% da arrecadação vai para o Ministério da Saúde.

O setor também é criticado por sua baixa geração de empregos: são apenas 1.144 postos formais. Segundo o estudo, a remuneração dos trabalhadores representa menos de 1% do faturamento das empresas.

Para reduzir danos, especialistas sugerem mais regulação, restrição à publicidade, aumento da taxação destinada à saúde, formação de profissionais para atendimento no SUS e medidas de proteção a menores de idade e pessoas vulneráveis — práticas já adotadas no Reino Unido.

O debate sobre o impacto das bets também chegou ao Senado, que instalou uma CPI para investigar o setor. Embora o relatório final tenha sido rejeitado, o tema segue em discussão no Congresso, especialmente sobre tributação, regulamentação e saúde pública.

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