CPMI do INSS deve ser prorrogada por mais 60 dias para aprofundar investigação
Redação
Descontos indevidos
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS pode ter seus trabalhos ampliados até maio de 2026. O presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), anunciou nesta segunda-feira (01.12) que apresentará um pedido de prorrogação por mais 60 dias, medida que atende à demanda de parlamentares que defendem a continuidade das apurações.
A extensão dos trabalhos deve ser oficializada após a coleta de assinaturas, que será encaminhada ao presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União-AP). Segundo Viana, ainda há convocações e oitivas pendentes consideradas essenciais para esclarecer o esquema de descontos irregulares aplicados em benefícios previdenciários.
A investigação ganhou força após a Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal em abril, revelar cobranças de mensalidades associativas feitas sem autorização de aposentados e pensionistas. De acordo com a Controladoria-Geral da União (CGU), o prejuízo estimado supera R$ 6,3 bilhões, atingindo principalmente idosos de baixa renda.
A gravidade das irregularidades levou à queda do então ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), que deixou o cargo após intensa pressão política. A CPMI busca apurar a participação de agentes públicos, entidades e associações no esquema que afetou beneficiários em todo o país.
Para parlamentares que integram a comissão, a prorrogação é essencial para garantir que todas as responsabilidades sejam esclarecidas e que medidas eficazes de prevenção e controle sejam propostas ao final dos trabalhos.