Mendes critica reajuste do TJ e alerta para risco fiscal
Redação
ESCLARECIMENTO
O governador Mauro Mendes (União Brasil) voltou a se posicionar contra o reajuste de 6,8% previsto para os servidores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Para ele, conceder aumento apenas a um Poder é injusto e ameaça o equilíbrio fiscal do Estado. A declaração foi feita nesta sexta-feira (14), durante evento público, em um discurso firme direcionado ao presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi (PSB), responsável por pautar o projeto para votação na próxima semana.
Mendes lembrou a crise financeira enfrentada por Mato Grosso antes de sua gestão, quando salários atrasavam e prefeituras chegaram a ficar quase um ano sem receber repasses para a Saúde.
“Todos lembram quando o Estado estava à beira do colapso. Se eu e a Assembleia não tivermos responsabilidade, aquele cenário, que parece distante, pode voltar”, afirmou.
Críticas à CCJR e alerta sobre impacto na folha
O governador também citou o deputado Eduardo Botelho (União Brasil), presidente da CCJR, que aprovou o parecer favorável ao reajuste. Mendes argumentou que a folha do Executivo cresce anualmente até 5% acima da inflação devido às constantes nomeações para substituir servidores aposentados — cujos vencimentos continuam sendo pagos pelo Estado.
“Só na Segurança foram contratados 3,5 mil profissionais. Continuamos pagando os aposentados e ainda arcamos com os salários dos novos. Isso pesa nas contas”, explicou.
Pressão na Assembleia e risco de greve
Na Assembleia Legislativa, aliados do governo tentam barrar a votação. Três pedidos de vista já foram apresentados, o último por Chico Guarnieri (PRD). Com o fim das possibilidades de adiamento, Max Russi garantiu que o projeto será votado na sessão da próxima quarta-feira (19).
Enquanto isso, servidores do Judiciário intensificam pressão com protestos e ameaça de greve. O parecer da CCJR, que confirmou a constitucionalidade do reajuste, aumentou a tensão entre governo e categoria.
Mendes encerrou o discurso reforçando que não aceitará privilégios:
“Os deputados sabem que isso não é justo. Pode até me faltar juízo, mas coragem para fazer o certo não falta. Não posso autorizar para um Poder o que não posso garantir para todos”, afirmou o governador.