Por 20 votos a zero, Edna é cassada pela Câmara de Cuiabá

Midia news
"RACHADINHA"
A Câmara Municipal de Cuiabá cassou, no fim da manhã desta quarta-feira (11), o mandato da vereadora Edna Sampaio (PT). Foram 20 votos favoráveis a cassação, nem um contra e cinco ausências.
Além de perder o mandato, Edna também se torna inelegível por oito anos por conta da Lei da Ficha Limpa. Em seu lugar, deverá ser chamado o suplente Robinson Cirreia (PT) .
"Sairemos daqui de cabeça erguida diante dos covardes", disse Edna por meio de live em seu Instagram, após o anúncio da sua cassação.
Manifestantes favoráveis e contrários à cassação da parlamentar ocuparam a galeria da Câmara de Cuiabá. "Rachadinha ou inteirinha é corrupção", dizia um cartaz.
Manifestantes ocuparam galeria durante a votação
"2.902 não serão calados", diz um cartaz de apoiadores de Edna, em referência à quantidade de votos que a parlamentar teve na eleição de 2020.
“Processo ilegal”
A 30 minutos do início da sessão, Edna Sampaio chegou a Câmara e afirmou que não faria sua defesa em plenário, como determina o Regimento Interno da Casa.
A parlamentar negou que tenha cometido crime de apropriação indébita e afirmou que o processo conduzido pela Comissão de Ética é “ilegal”.
“Não participarei de uma sessão que é ilegal, de gente irresponsável que atropela o processo legal. E não serei presa da extrema direita que controla a Câmara de Cuiabá. Farei minha defesa no meu gabinete para as pessoas que de fato querem ouvir. Não farei no plenário porque não darei palco a ilegalidade”, disse à imprensa.
A presidência da Casa chamou a vereadora, durante a sessão para fazer sua defesa, mas ela se negou. A Mesa inclusive deu prazo para que a vereadora e seu advogado Julier Sebastião da Silva comparecessem no plenário, o que não ocorreu.
O advogado dativo Pedro Henrique Nunes de Oliveira fez então a defesa de Edna na tribuna, e se limitou a dizer que a vereadora tem indepêndencia para usar a V.I. a seu modo.
Apoiadores da vereadora cassada acompanharam a sessão
O caso
O caso veio à tona em maio deste ano, quando vazaram prints de conversas dela com a ex-chefe de gabinete.
Conforme os prints, no ano passado a parlamentar recebeu pelo menos R$ 20 mil em transferências feitas por Laura.
As mensagens indicam que o dinheiro era referente à verba indenizatória que a servidora tinha direito.
Laura Natasha foi exonerada no final do ano passado mesmo estando gestante e acabou sendo indenizada em R$ 70 mil. Ela ganhava R$ 7 mil de salário e mais R$ 5 mil de VI.
Veja votos:
Sim
Adevair Cabral
Cezinha Nascimento
Chico 2000
Didimo Vovô
Dilemário Alencar
Demilson Nogueira
Doutor Luiz Fernando
Fellipe Corrêa
Pastor Jefferson Siqueira
Johnny Everson
Kássio Coelho
Luiz Claudio
Marcus Brito
Maysa Leão
Michelly Alencar
Rodrigo Arruda e Sá
Rogério Varanda
Sargento Joelson
Sargento Vidal
Wilson Kero-Kero
Ausentes
Ricardo Saad
Edna Sampaio
Eduardo Magalhães
Paulo Henrique
Mario Nadaf
Veja sessão:
A parlamentar foi acusada de se apropriar da verba indenizatória que era paga à então chefe de gabinete Laura Natasha de Oliveira. A Comissão de Ética entendeu que a V.I. deveria ser administrada exclusivamente por Laura.