Estudo mostra que laranja da terra pode ser aliada contra a obesidade
Redação
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Pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) analisaram os efeitos do extrato da casca da laranja da terra (Citrus aurantium) e de seu componente ativo, a sinefrina, no metabolismo e no controle da obesidade.
Os resultados do estudo, publicado em 2024 no periódico Frontiers in Nutrition, indicam que a substância pode atuar na redução da gordura corporal sem comprometer a pressão arterial.
Ação no metabolismo e na perda de gordura
A pesquisa avaliou os efeitos da sinefrina em camundongos com obesidade induzida. O foco foi a ação da substância sobre o tecido adiposo marrom, responsável por queimar triglicerídeos e gerar calor. O funcionamento do tecido é reduzido na obesidade, o que dificulta a perda de peso.
Segundo o estudo, o uso do extrato da casca da fruta melhorou a funcionalidade do tecido e reduziu a gordura corporal dos animais, sem os efeitos colaterais cardiovasculares observados em outras substâncias com ação similar, como a efedrina.
Os pesquisadores testaram diferentes concentrações do extrato e da sinefrina isolada para avaliar a dosagem mais eficiente. O tratamento foi aplicado em camundongos adolescentes.
Segundo Elaine de Oliveira, cientista do Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes (Ibrag/Uerj), os resultados indicam que a suplementação pode ser uma estratégia promissora para controle do peso nessa fase da vida.
“É importante ter cuidado ao extrapolar a terapia de animais para seres humanos, mas o conjunto dos nossos resultados sugere que o uso tanto de Citrus aurantium quanto de sinefrina pode contribuir para a prevenção da obesidade em adolescentes. Neste período da vida, o sistema neurológico é ainda sensível a intervenções e essa pode ser uma boa estratégia terapêutica”, explica a pesquisadora em comunicado.
Próximos passos da pesquisa com a laranja da terra
A próxima etapa da pesquisa será um estudo clínico com adolescentes atendidos pelo Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), da Uerj. O ensaio, já aprovado pelo Comitê de Ética da universidade, terá duração de três meses.
Os voluntários serão divididos em dois grupos: um receberá cápsulas com C. aurantium e o outro, cápsulas placebo. Os pesquisadores irão avaliar indicadores como peso corporal, índice de massa corporal, composição corporal e perfil lipídico para verificar se os benefícios também aparecem em humanos.
Fonte: Metrópoles