Número 2 da Secretaria-Geral de Bolsonaro, Mario Fernandes é um dos presos por planejar morte de Lula e Alckmin


Divulgação  - Foto: Divulgação Mário Fernandes, um dos quatro militares do Exército presos em operação que investiga membros que planejaram matar Moraes, Lula e Alckmin
19/11/2024 às 17:20
Redação

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O ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República na gestão Jair Bolsonaro (PL), Mário Fernandes, é um dos presos na operação da Polícia Federal que investiga um plano para executar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice, Geraldo Alckmin (PSB). Além do general, outras quatro pessoas também foram presas nesta terça-feira, 19.

Mário Fernandes foi o número 2 da pasta durante a gestão de Luiz Eduardo Ramos, que ocupou o posto de julho de 2021 até o fim do mandato. General da reserva, Fernandes assumia o comando da pasta interinamente na falta de Ramos.

Ele entrou na Presidência da República em outubro de 2020, em cargo de direção e assessoramento. Foi promovido a cargo de natureza especial em 2021, sendo alçado ao cargo comissionado em agosto de 2022.

Ao deixar a pasta, o militar foi contratado para atuar como assessor do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), outro ex-ministro de Bolsonaro. No gabinete, ganhou cerca de R$ 15 mil por mês, em cargo de natureza especial.

O salário se somava ao de reservista do Exército, no qual entrou em 2020. Até agosto deste ano, último mês disponibilizado no Portal da Transparência, o militar ganhava R$ 21,7 mil.

Mário Fernandes é suspeito de participar da arquitetação de um plano para matar Lula e Alckmin após a vitória do petista nas eleições de outubro de 2022. A ideia seria envenenar ou usar um explosivo durante evento público. O ministro Alexandre de Moraes também seria alvo da execução.

Além de Fernandes, foram presos os militares Hélio Ferreira Lima, Rodrigo Bezerra de Azevedo e Rafael Martins de Oliveira. O policial federal Wladimir Matos Soares também foi preso na operação. Outros três suspeitos foram alvos de mandados de busca e apreensão.

Em nota à imprensa, o deputado federal General Pazuello disse que só tomou conhecimento da prisão do general Mário e dos demais oficiais por meio da imprensa. “O deputado reafirma sua crença nas instituições do país e na idoneidade do General Mário Fernandes, na certeza de que logo tudo será esclarecido”, escreveu a assessoria do parlamentar.

O site IstoÉ tenta contato com a defesa de Mario Fernandes, mas não conseguiu localizar o advogado. A reportagem ainda tentar localizar a defesa dos outros citados.

A investigação

De acordo com a PF, as investigações apontam que a organização criminosa se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022. Os investigados são, em sua maioria, militares com formação em Forças Especiais (FE).

Entre essas ações, foi identificada a existência de um detalhado planejamento operacional, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, voltado ao homicídio de Lula e do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin.

“O planejamento elaborado pelos investigados detalhava os recursos humanos e bélicos necessários para o desencadeamento das ações, com uso de técnicas operacionais militares avançadas, além de posterior instituição de um ‘Gabinete Institucional de Gestão de Crise’, a ser integrado pelos próprios investigados para o gerenciamento de conflitos institucionais originados em decorrência das ações”, diz a PF.

No total, os agentes estão cumprindo cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, a proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, e a suspensão do exercício de funções públicas. O Exército Brasileiro acompanhou o cumprimento dos mandados, que estão sendo efetivados no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal.

Ainda segundo a PF, os fatos investigados nesta fase da investigação configuram, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado e organização criminosa.

Fonte: IstoÉ

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