Programa de reflorestamento para áreas devastadas por incêndios é apresentado da ALMT
Redação
ALMT
Nesta quarta-feira (30), o deputado estadual Valdir Barranco (PT) apresentou a Indicação nº 4729 na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, propondo a criação do "Programa Estadual de Reflorestamento de Áreas Atingidas por Incêndios e Queimadas Florestais". A proposta visa a implantação de um programa de reflorestamento que mobilize a sociedade em torno da restauração ambiental e fomente uma cultura de responsabilidade ecológica entre cidadãos e empresas. O parlamentar destaca que o objetivo do programa é recuperar a cobertura vegetal das áreas devastadas pelo fogo, proteger a biodiversidade e reverter os danos ecológicos causados pelas frequentes queimadas no estado.
A urgência dessa medida se torna evidente diante de dados alarmantes sobre queimadas em Mato Grosso. Em 2023, o estado registrou mais de 39 mil focos de incêndios florestais, alcançando o maior índice nacional, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Isso colocou Mato Grosso no topo do ranking brasileiro de regiões afetadas pelo fogo, evidenciando a extensão da devastação ambiental. As queimadas intensas não apenas destroem a flora e a fauna, mas também contribuem para a degradação do solo e intensificam os riscos de extinção de espécies endêmicas.
Barranco reforçou a importância de uma ação coordenada e efetiva para proteger os recursos naturais e mitigar os impactos das queimadas. “Não podemos assistir passivamente à destruição das nossas florestas e da nossa fauna. A criação de um programa específico para o reflorestamento das áreas atingidas é um compromisso com o futuro do nosso estado, com a preservação das espécies e com a qualidade de vida das próximas gerações. Precisamos agir hoje para assegurar um amanhã sustentável”, declarou Barranco. Ele destacou ainda que o programa deve ser abrangente, atingindo todos os municípios de Mato Grosso, e que sua implementação poderá envolver diversas esferas da sociedade, incluindo escolas, associações comunitárias e o setor privado.
O programa também sugere o estabelecimento de parcerias entre o governo e a sociedade para o plantio de árvores nativas, a recuperação de áreas degradadas e o combate à erosão do solo, problemas agravados pela perda de cobertura vegetal. Entre as ações propostas, está a criação de viveiros municipais em todas as regiões do estado, para que a produção de mudas de espécies nativas atenda a demanda de reflorestamento e facilite o acesso a esses insumos. A iniciativa também prevê campanhas de conscientização ambiental, com foco em educar as novas gerações sobre a importância da preservação ambiental e do reflorestamento como estratégia para enfrentar as mudanças climáticas.
Outro ponto relevante do programa é a implementação de incentivos fiscais e benefícios tributários para empresas que aderirem ao projeto e se comprometerem com a restauração ambiental. “Com o apoio da sociedade, das empresas e das organizações, podemos avançar significativamente na recuperação ambiental e, ao mesmo tempo, reduzir os impactos das queimadas, que afetam o clima, a agricultura e a saúde da população. O programa é uma oportunidade para Mato Grosso transformar-se em um exemplo de restauração e sustentabilidade no Brasil”, concluiu.
A proposta também indica a necessidade de um planejamento a longo prazo, com metas claras de recuperação ambiental e um cronograma de monitoramento das áreas reflorestadas para assegurar a sustentabilidade do programa. A criação de conselhos locais de fiscalização e o treinamento de agentes ambientais estão entre as ações sugeridas para garantir a efetividade da recuperação das áreas atingidas e prevenir novas queimadas, especialmente em regiões de maior vulnerabilidade ambiental.